quinta-feira, 11 de agosto de 2016

A vida é sonho e decepções



As cabeças e as balas
As vezes parecem ter imãs.
Os homens e as armas
Parecem se lançar ao fogo
E a morte com facilidade.

Os dias andam confusos,
Em meio a momentos tristes,
Felizes e apreensivos.
Eu vejo guerras na televisão,
Violência e assaltos,
Pessoas realizando sonhos
E conquistando direitos.

A vida passa rápido
E ao mesmo tempo
Passa lentamente,
E consumimos o nosso tempo
Com coisas diversas,
Futilidades, coisas importantes
Que são fúteis,
Descontrações bobas
Que são importantes,
E tudo passa,
Embora deixe seu rastro.

A vida é sonho e decepções,
Sonhos perdidos
Novos sonhos que chegam,
Além de sonhos que se vão.
Os dias vão surgindo,
Uma nova lição a cada instante,
Tudo girando,
Pessoas com interesses diferentes,
Vontades, lutas.

As pessoas se suicidam
Nos domingos
Com medo
Das segundas-feiras.

Os homens que sonegam impostos
Pedem o fim da corrupção.

Nos dias frios
Sentimos mais fome,
Mais fome de alimento,
De sentido para vida,
Sentimos mais solidão.

É tudo um turbilhão que gira rápido
E pode nos engolir
Quando perdemos
A medida entre os amores,
As paixões, os sonhos,
As perspectivas e a realidade
De um mundo em que aquilo que importa
É como vivemos,

Pois o destino de todos é o caixão.


Átila Siqueira

sábado, 30 de julho de 2016

Temos que policiar o mal que existe dentro de todos nós

Temos que policiar o mal
Que existe dentro de todos nós.
Nossos desejos mais sórdidos,
Nossa inveja,
Nosso desprezo pela infelicidade
E pelo sofrimento alheio.

É fácil olhar o outro
Com julgamento e ódio,
Julgar o outro pela aparência.
Mas não sabemos o que esse outro
Viveu até aqui.

Não sabemos quantas feridas,
Quantas agruras, quantas dores
O afligiram.

São homens e mulheres como nós,
Que sofrem, têm desejos, decepções.

A vida já é difícil demais sem o ódio alheio,
Sem que os outros te olhem
Com olhar de desdém.

Vamos dar as mãos ao próximo.
Olhar o outro com amor,
Seja ele quem for.
Abandonar os preconceitos.

Vamos compreender e tolerar,
Se queremos tanto ser compreendidos
E tolerados.

Vamos olhar com humildade para o próximo,
Abandonando a soberba.

Vamos deixar de julgar,
Pois também não queremos ser julgados.

Vamos ajudar,
Quando queremos também ser ajudados.

Vamos nos colocar no lugar do outro,
Oferecer uma mão amiga,
Aceitar os outros com as suas diferenças
E com os seus supostos erros.
Pois também queremos ser aceitos e amados,
Com nossas diferenças e erros.

Somente a solidariedade,
A conciliação, o abandono das mágoas
Podem nos levar a lugares melhores,
Pode nos levar a uma sociedade melhor.

Temos que policiar o mal
Que existe dentro de todos nós.



31/08/15

Átila Siqueira